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sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

A ILUSÃO DE SE VIAJAR EM GRUPO

 Muitos de nós não gostamos de viajar sozinhos. Preferimos estar em Grupo.

Claro, sentimo-nos mais seguros e confiantes. Mas, e se eu te dissesse que esse sentimento é  uma ilusão?
É  verdade que, estando em grupo, temos menor probabilidade de sermos assaltados,  ou sofrermos com a maldade de um motorista que, nos vendo sozinhos, não se importa de "jogar" o carro em nossa direção. Sem testemunhas, alguns  seres humanos não se distinguem dos animais.
Mas fora isso, mesmo em grupo estamos sozinhos. Para cada um a estrada é diferente. Quer seja pela moto, pelas condições dos pneus, pela experiência de piloto ou mesmo pelas condições de saúde. Cada um de nós está na sua própria viagem.
Nunca se esqueça disso.
É legal pararmos juntos para abastecer, trocar comentários ao final do dia, compartilhar risos e uma boa comida. Mas, na estrada, estamos sozinhos.
Eu gosto de viajar sozinho. Pelo menos no meu país. Consigo fazer melhor os horários, posso sair do roteiro, dou à viagem o ritmo que vai dentro de mim, hora doido para chegar, hora curtindo a paisagem ou a estrada. Não corro o risco de estar atrasando o grupo com parada para fotos que só interessam a mim mesmo.
Digo no meu país porque aqui tudo é muito fácil e muito perto. A língua ajuda, conhecemos muito do nosso povo, sabemos perceber quem quer ajudar, compartilhar, e quem não quer. Se der problema na moto o seguro vale em todo o território nacional e, em uma necessidade maior, mandamos a moto de reboque e voltamos pra casa de avião ou ônibus. Sem estresse.
Se te assusta, comece com pequenos trechos perto de casa. Faça BVs cada vez mais longos. Uma hora você vai acabar dormindo em algum lugar deixando para voltar no dia seguinte. Aproveite a estadia e ande sem rumo, sem compromisso. Sinta a cidade. Depois vá aumentando a experiência, você vai descobrir que o mundo é também a sua casa.

quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

MALAS LATERAIS E VIAGENS DE LONGA DISTÂNCIA

Bem, quando se fala em malas laterais estamos falando de uma dessas duas coisas: 1) Viagens com Garupa e; 2) Viagens Solo para Destinos Inóspitos.

Se você vai sozinho, um Top Case e um Saco Estanque são suficientes. Se você vai com garupa, já não tem o espaço do garupa para colocar o Saco Estanque e, com certeza vai precisar de mais espaço para as roupas.

Quando a viagem é Solo e para lugares inóspitos, é necessário barraca, saco de dormir, mantimentos e panelas, galão para gasolina. Também, mais ferramentas e peças de reposição (câmara, conjunto de relação, starter, compressor, etc. etc.)

1) VIAGENS COM GARUPA:
Em viagens com garupa os baús laterais são uma proteção à mais. Em caso de queda, protegem as pernas do piloto e do garupa. É muito dificil, numa derrapagem, piloto e garupa se safarem da moto (o que é mais tranquilo e quase natural quando é só o piloto).
Também, em viagens com garupa não desenvolvemos altas velocidades, onde os baús acabam por desestabilizar a moto por conta do arrasto. Andar no corredor também não é recomendado com garupa, então, os baús não atrapalham nesse sentido.
O segredo é distribuir o peso. Se colocar ferramentas de um lado e roupas do outro não dá muito certo. O melhor é distribuir as ferramentas (compressor, starter, reparo de pneu e chaves diversas) entre os dois baús, colocando esses pesos no fundo deles. Por cima, baú esquerdo para bagagem do piloto e baú direito para bagagem do garupa. Se tiver top case, coloque lá os acessórios de viagem (capas de chuva, luvas, documentos e uma bolsinha com lanche).

2) VIAGENS SOLO:
Estamos falando de viagens para locais sem muito recurso, ou com trechos longos sem opção de abastecimento ou hospedagem. Nesses casos, você precisa se prevenir caso tenha que ficar parado no meio da estrada. 
Quer um  exemplo? Trechos como do Passo Jama a SPAtacama que, caso você tenha um problema, irá sofrer se estiver no relento. Na mesma viagem, a travessia do Chaco Argentino rumo à Salta. 800 km de reta com pouca opção de hospedagem e abastecimento. Se tiver uma necessidade de socorro, dependendo da sua posição, ou você tem uma barraca ou o sol vai te dar uma desidratação daquelas.
Isso tudo sem falar nas viagens que, por opção, queremos mesmo acampar e fazer nossa comida. Vamos precisar, então, dos baús laterais.
Aí temos dois grupos de coisas pesadas. O material da moto e o material do camping.
Para esses casos a distribuição é clara. Material da moto no baú esquerdo e material do camping no baú direito. Por que? Porque o lado do descanso lateral terá que ficar com mais peso para manter a moto no equilíbrio. Também, você poderá retirar o baú direito para usar como banco ou suporte para seus utensílios.

A DISTRIBUIÇÃO DE PESO NA MOTO:
Todos sabemos da Regra do Triângulo. O peso na moto deve ser distribuido dentro de um triângulo imaginário cuja base é uma reta ligando os dois eixos de roda da moto.
Os objetos mais pesados devem ser colocados na parte de baixo e mais à frente nos baús.

OUTRAS DICAS:
Coloque coisas afins em sacos (luvas  e balaclavas), coletes (de hidratação e sinalização);
Sempre embale tudo da mesma maneira. Crie uma rotina. Isso vai facilitar a sua vida;
Nâo leve líquidos nas malas laterais. Gasolina em recipiente próprio e local arejado. Bebidas em frascos plásticos nunca nas malas laterais. Se derramar lá se vão roupas e ferramentas;
Material de acampamento (saco de dormir, barraca, utensílios) sempre juntos. Tirou um tirou todos;
Faça um Check-List para selecionar sua bagagem e depois o atualize com o que você está realmente levando e onde. Vai ser útil para o caso de precisar conferir se não está esquecendo alguma coisa na viagem.
Coisas que você pode precisar na viagem (capa de chuva, colete de resfriamento ou sinalização, luva de verão ou inverno, balaclava inverno ou verão, luva segunda pele) deixe por cima, sempre à mão. Eu as coloco num saco estanque com o rótulo NA VIAGEM.
Também sempre à mão uma lanterna de cabeça. Problemas à noite, a primeira coisa que vai demandar é a lanterna.
Distribuia a bagagem em coisas afins e em sacos, de preferência estanques. Nunca se sabe o rio que você vai atravessar, a chuva que vai pegar e o estado de vedação das malas laterais.
Tenha uma bolsa ou sacola de corda, ou uma rede, ou mesmo um saco para lavar roupas delicadas para o caso de alguma roupa que você lavou não ter secado. Coloque-as na bolsa/sacola/rede e prenda do lado de fora das malas laterais ou no assento do garupa.
Sempre leve um livro ou tenha um kindle no celular. Na hora de esperar por socorro, uma boa leitura vai te ajudar a passar o tempo.
Planeje suas roupas para: uso na moto e uso fora dela. Veja um post específico sobre isso.
Certifique-se de que você pode chegar a um kit de primeiros socorros rapidamente. •

Com as malas instaladas e toda a bagagem pronta NÃO SE ESQUEÇA DE AJUSTAR O MODO DE PILOTAGEM PARA PILOTO E BAGAGEM ou FAZER O AJUSTE MANUAL DA MOLA caso sua moto não tenha o Ajuste de Suspensão Programado.

E, então, Boa Viagem. 

segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

VIAGENS RUINS GERAM BOAS HISTÓRIAS

 Tudo bem, eu também não gosto de viagens ruins, e muito menos de pensar que elas possam acontecer.

Mas, infelizmente, acontecem.
Ruim porque furou o pneu, porque choveu demais, porque dormimos num Posto (o hotel não confirmou a reserva e hoje é feriado), etc. etc.
Mas pense bem se não são os tropeços que nos fazem contar as melhores histórias. 
Relembre aí o passado e verá que muitos dos casos que contamos são aqueles que nos fizeram passar os maiores apertos, e maiores micos também.

As viagens sem percalços nos fazem contar das paisagens, da comida, um poucos sobre os lugares e......pronto. Acabou. Até dos lugares as pessoas conseguem na internet melhores informações e vídeos do que temos para falar e mostrar.

Ah! Mas os apertos, os micos, os tropeços......esses dão bons casos e boas histórias. Claro, depois que o susto e a raiva passarem.

Então, o que eu gostaria de deixar para você nesse pequeno texto é o seguinte: Curta o Momento! Ria de si mesmo! Pense em como essas situações, que estão acontecendo agora com você, serão contadas mais tarde.

Traga, para o momento da tensão, a tranquilidade do futuro, do riso com os amigos. Alivie a tensão lembrando disso.

Talvez, com esse pequeno exercício, você consiga passar pelo momento dificil de forma mais branda, mais alegre. Talvez, até, consiga rir de si mesmo e reduza em muito a tensão e a raiva do momento.

BONS VEXAMES PARA TODOS NÓS.

terça-feira, 2 de janeiro de 2024

O RISCO NOSSO DE CADA DIA

 Essa postagem vai para os viajantes de longa distância que rodam muito pelas estradas mundo afora.


Em qualquer lugar, seja no Brasil ou fora dele, nos deparamos com perigos que foram colocados ali para salvar vidas, mas não as nossas. A vida dos motoristas.


Você segue por uma estrada, em velocidade de cruzeiro, e numa curva à frente se depara com óleo ou areia na pista. A moto derrapa, você e ela seguem escorregando para fora do asfalto e,  o que está lá te esperando? Um Guard-rail, que na linguagem dos motociclistas é também chamado de Guilhotina.

Você segue por uma estrada sinuosa e, numa curva fechada à frente, se depara com um obstáculo ( buraco, animal morto ou carcaça de pneu, por exemplo), puxa a moto mais para dentro da curva e, o que te espera? Uma sucessão de tachões (as tartarugas de asfalto) colocados no centro da pista para impedir as ultrapassagens.

Você segue por uma estrada pedagiada e, num calor medonho, pega fila de pedágio para, chegada a sua vez: correr o risco de escorregar por conta do excesso de óleo na baia, parar a moto, tirar a luva, pegar o dinheiro, pagar, pegar o troco, guardar o dinheiro, colocar a luva, ligar a moto, tirar do descanso lateral, rezar para não escorregar, colocar a marcha e sair. Isso tudo gerando uma enorme fila atrás de você, muitas das vezes, buzinando para que você seja rápido. Como?

Você segue pela estrada, começa a chover, a visibilidade diminui, você reduz a velocidade mas não muito senão os demais veículos te atropelam e, o que aparece à sua frente? Aquelas faixas brancas pintadas no chão, ora a sinalizar as mudanças de direção (e essas setas quase ocupam a faixa inteira) ou as faixas transversais à  indicar uma curva perigosa, ou a sinalização de PARE nas proximidades de rotatória. É passar por elas e, ao menor descuido, vai para o chão.

Realmente as estradas não foram pensadas para os motociclistas. Pagamos impostos mais caros, ocupamos menos pista, nosso peso não destrói as rodovias, mas somos penalizados pela segurança posta a serviço dos outros veículos.

Somos penalizados por um pedágio que não deveria ser cobrado das motos, ou pela ausência de uma baia exclusiva, com "fast track".

Como será que devemos proceder para que sejamos considerados? Processar o Estado ou as concessionárias pelos danos à nós causados pelos tachões e guard-rails? Passar nos pedágios, um a um, sem pressa, parando e retirando toda a vestimenta, pagando com notas altas e conferindo o troco para, só depois, colocar tudo de volta e sair? Uma operação que leva não menos que 10 minutos? E ainda cada motocicleta optando por uma baia. Já imaginou o tamanho do congestionamento?

Precisamos ser vistos, não só pelos outros condutores mas, e principalmente, pelas autoridades.

Vida Longa aos Motociclistas.